Por que escolhi ser professora de língua portuguesa?

-


Brunna dos Santos Oliveira

Ser professora de língua portuguesa era um sonho de criança. Lembro-me de que dava aula aos meus primos, ajudando-os nas atividades e ficava muito feliz quando via que eles conseguiam aprender. A sensação era inexplicável, cada vez mais tinha certeza de que queria ser professora.
Porém, enfrentei muitas dificuldades. Sempre que comentava que queria ser professora, na maioria das vezes com familiares e amigos, a resposta era: “eu que não queria ser professora”, “da muito trabalho”, “ganha pouco”, “professor não é valorizado”. Cheguei a desacreditar e me convenci a desistir da profissão. Ainda cursando o ensino médio, pensei: vou tentar uma profissão que ninguém tenha o que falar, que dê dinheiro. Prestei vestibular para o curso de Odontologia, na UEFS, mas não passei.
Não fiquei triste. Agora, eu tinha a oportunidade de tentar o meu sonho, teria que tentar, nem que fosse apenas para me certificar de que eu não queria. Então, no final do 3°ano do ensino médio, prestei vestibular para o curso de Letras no campus XIV da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Mas sempre com o pensamento negativo que “não iria passar” talvez devido às negatividades das pessoas.
E para a minha surpresa e de todos aqueles que desacreditavam, fui selecionada. Fiquei muito feliz, quando imaginei que ia realizar um sonho. Deu-se início a uma jornada muito importante na minha vida. Não me arrependo de ter escolhido letras/português.
Estou no 6° semestre e pretendo concluir meu curso. Já estou bem pertinho, “só” faltam dois semestres e estarei formada. Pretendo exercer a profissão, continuar estudando, fazer mestrado, doutorado para obter cada vez mais conhecimento e ser uma profissional responsável e dedicada, sendo o exemplo de professor para meus alunos, assim como tive professores ótimos, que me influenciaram bastante a querer ser professora.
Assim, eu escolhi ser professora porque é uma das profissões mais bonitas, mais apaixonantes, mais gratificantes que existem. Árdua, sem dúvida, mas indescritivelmente bela. Conhecer os alunos, compartilhar conhecimento (receber e transmitir conhecimento, receber, claro, porque a troca é constante e infinita!), criar laços, ver o desenvolvimento e colaborar para que ele se dê de forma prazerosa.
Sonho ou realidade? Para ser sincera com vocês, eu não escolhi ser professora de Língua Portuguesa, a profissão é quem me escolheu. Eu sonho inspirar pessoas no futuro próximo, um bom professor, além de ensinar, tornar possível que o aluno sonhe e acredite, pois consigo enxergar o poder de transformação que docente tem em suas mãos. Deixando registrado aqui o meu orgulho por persistir e não ter desistido dessa profissão. Um sonho que está se tornando realidade.



Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Sequências Didáticas: Gêneros Textuais Carta e E-mail

-
Imagem
Sequências Didáticas: Gêneros Textuais Carta e E- mail Cristiano Silva Keila Santos   Neste trabalho, é abordado um resumo de alguns resultados da primeira semana de Estágio em que foram lecionadas oficinas e minicursos aos estudantes do 6° ano, do Ensino Fundamental II, sobre os gêneros textuais carta e e-mail, na Escola Municipal Almir Passos, localizada na cidade de Conceição do Coité (BA). No primeiro encontro, dia 14/05/2018, foi feita a explicação sobre o gênero textual carta, apresentando suas características, os tipos, as estruturas e os meios onde circulam. Em seguida, foi pedido que a turma se organizasse em grupos para a confecção dos tipos de cartas abordados e envelopes. Depois, alguns textos foram selecionados para leitura e, a partir disso, foi feita a explicação sobre coesão e coerência textuais. Por fim. foi promovido um diálogo sobre o texto literário Todas as cartas de amor são ridículas , de Álvaro de Campos, um dos heterônimos de Fernand
Leia mais

Por que escolhi ser professora de Língua Portuguesa?

-
Imagem
Keila Santos A princípio não foi uma escolha própria. Gosto de pensar que o curso me escolheu. Durante o Ensino Fundamental II e o Nível Médio, tive dois professores, os quais despertaram meu interesse para o campo da Literatura. Foi então que, aleatoriamente, por não ter percebido um curso que tivesse afinidade, optei pelo de Letras Vernáculas. Os primeiros quatros semestres foram uns desafios para mim. Ainda estava tentando “encontrar o meu lugar”, um ponto sólido que desfizesse as minhas incertezas, na Universidade. Passado para o quinto semestre, pude ter uma visão mais ampla sobre o curso e perceber as maravilhas contidas nele. Hoje, confesso que não me imaginaria em outro curso, nem em outra profissão, apesar das grandes dificuldades existentes. Termino esse pequeno texto com uma citação que abrande o porquê me apaixonei pelo curso, especialmente, pela Literatura: O que a literatura faz é o mesmo que acender um fósforo no campo no meio da noite. Um fósforo não ilumin
Leia mais

Ser professor de Língua Portuguesa?

-
Imagem
Inicio esse texto, e de antemão já afirmo, que nunca tive pretensão de ser professor de Língua Portuguesa um dia. Bem, como explicar então estar no 6º semestre da graduação, praticamente na reta final, de uma licenciatura em Letras Vernáculas? Tudo está relacionado à literatura. Gosto de dizer que sou movido pela literatura. É algo extremamente indispensável em minha vida e graças a essa paixão que tenho pela literatura é que escolhi continuar neste curso de licenciatura (escolhi continuar), pois já pensei em desistir inúmeras vezes, mas hoje jamais desistiria. Este curso está me proporcionando inúmeras experiências, além de um vasto conhecimento teórico e prático que desenvolverei exitosamente (não querendo ser pretensioso) na minha trajetória como docente, futuramente. Muitos afirmam que “tem pessoas que nasceram para ser professor (a)”; não desacredito neste misticismo popular de todo. Acontece, mas associar a docência a dom natural ou algo semelhante é um tanto utópico e fala
Leia mais