Memorial Descritivo
Até a minha oitava série não gostava de estudar, mas, em meus
horários de lazer, adorava ler crônicas e histórias em quadrinhos. Porém, no primeiro
ano do ensino Fundamental I, a minha vida estudantil mudou radicalmente: o mundo
da leitura, da comunicação e da linguagem em geral me fascinava a cada aula de Língua Portuguesa Brasileira-LPB.
Comecei a entender que, através da leitura, poderia conhecer e
me posicionar no mundo. As aulas de literatura me faziam viajar num mundo
passado gostoso, me faziam entender o presente (como o Barroco e o Arcadismo).
Já o universo dinâmico da Língua Portuguesa me desafiava: as análises semióticas
de imagens publicitárias, as aulas de interpretação, bem como a interpretação
de musicas me fascinavam.
Assim, a minha primeira grande referencia de professora de
Português foi a carinhosamente conhecida professora “Naná, seguida por
professor Evandro Oliveira. Eles me levaram a sair do universo da gramática (a
normativa) para o mundo das letras e suas amplitudes, das produções textuais, de
como a língua pode ser dinâmica e carregada de sentidos. Assim, quando passei para o segundo ano, comecei
a adorar a análise sintática, interpretação de texto (sempre foi um grande desafio).
Fiz cursinho pré-vestibular. Tive outra experiência curta,
mas bastante proveitosa com a professora de redação Úrsula: o tom critico e a
prudência na escrita foram determinantes (juntamente com a demais experiências
mencionadas) para a definição da minha futura profissão. Foi justamente o universo da leitura e da
escrita que me levaram a fazer a minha primeira graduação: Jornalismo.
Depois de formada, já trabalhando na área, sempre achei que o
universo das Letras era muito mais que do que se imagina, ou seja, muito mais do
que um simples curso de graduação, mas um espaço para se tornar um leitor e
escritor critico extremamente competente para a escrita e leitura, habilitado
para usar a língua nas mais diversas vertentes.
Assim, depois de 10 anos de formada, aceitei o desafio: fiz
vestibular para Letras Vernáculas e obtive êxito! Desde março de 2015, estou
nesta vida de tripla jornada: trabalho durante o dia, estudo à noite e
intercalo com as minhas vendas. É bem apertado, mas estou gostando muito de boa
parte das leituras que me deparo no decorrer da graduação.
O curso de Letras com habilitação em Língua Porutuguesa da
UNEB Campus XIV é fascinante, pelo nível das leituras: é muito
difícil o estudante não sair com uma visão de mundo ampla, desprovida de
qualquer preconceito e, principalmente, com uma postura inquieta diante das
ordens socialmente estabelecidas. Assim, o estudante que durante o período da
graduação se dedicar às leituras (infelizmente, por conta do tempo, não me
encaixo neste perfil), será um profissional totalmente desprovido de preconceitos.
Portanto, diante do exposto, ressalto de antemão que não
escolhi ser professora de Língua Portuguesa; o ingresso no curso deveu-se à
vontade de saber mais do mundo das Letras e não ser uma docente. Considero a
missão de ser professor uma das mais lindas e, caso tenha oportunidade, serei
sim uma docente, e, assim, espero contagiar e transformar a vida de muitos
alunos assim como a minha vida foi transformada mediante à leitura e aos bons
professores.
Sei que o sistema educacional não está nada fácil, mas não
custa nada sonhar com uma educação que contagie e tire os alunos da
invisibilidade e, principalmente, do uso das drogas. Afinal, com todas as contradições, a educação
ainda é promessa de felicidade e, neste processo, o papel social do professor é
imprescindível.
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